Proteaceae

Euplassa taubertiana K.Schum.

Como citar:

Mary Luz Vanegas León; Patricia da Rosa. 2019. Euplassa taubertiana (Proteaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

DD

EOO:

684,187 Km2

AOO:

12,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados do ESPÍRITO SANTO e MINAS GERAIS no Caparaó (Krieger CESJ24083); RIO DE JANEIRO, município de Rio de Janeiro (Glaziou 17745-a).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Mary Luz Vanegas León
Revisor: Patricia da Rosa
Categoria: DD
Justificativa:

Árvore, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Ocorre exclusivamente em Floresta Ombrófila Densa nos estados de Minas Gerais, município Caparaó onde a espécie foi coletada uma vez em 1988 no Parque Nacional do Caparaó. Euplassa taubertiana têm três registros no estado Rio de Janeiro, município Rio de Janeiro, porém a última coleta na localidade foi no ano 1930 e pouco se avançou em relação ao seu estado de conhecimento. Assim, diante da carência de informações a espécie foi considerada como Dados Insuficientes (DD) neste momento. Novos estudos taxonômicos são necessários, para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional e assim possibilitar uma robusta avaliação de seu risco de extinção.

Último avistamento: 1988
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Bot. Jahrb. Syst. 30(1, Beibl. 67): 28 (1901).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa Montana
Habitats: 1 Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Árvore grande (Ducke RB00322193), coletada na Floresta ombrófila, na Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Proteaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB104579>. Acesso em: 31 Ago. 2019

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development locality,habitat past,present,future regional high
A expansão da área urbana formal e informal da cidade do Rio de Janeiro sobre o maciço da Tijuca constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem. A ocupação espontânea do tipo favela ganha destaque pela característica peculiar de instalar-se, geralmente, em lugares menos privilegiados em relação à probabilidade de problemas erosivos, como áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos (Fernandes et al., 1999).
Referências:
  1. Fernandes, M. do C., Lagüéns, J.V.M., Netto, A.L.C., 1999. O Processo de Ocupação por Favelas e sua Relação com os Eventos de Deslizamentos no Maciço da Tijuca/RJ. Anuário do Inst. Geociências - UFRJ 22, 45–59.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 4.1 Roads & railroads occupancy past,present,future regional high
Por ser situada em área urbana, a Floresta da Tijuca possui diversas estradas pavimentadas que causam efeito de borda e fragmentação da vegetação (Matos, 2007).
Referências:
  1. Matos, J.J.B.S. 2007. Composição Florística de espécies arbóreo-Arbustivas em trecho de borda situado no Parque Nacional da Tijuca. Monografia. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting locality,habitat past,present,future regional high
A utilização das terras da região do Parque Nacional do Caparaó constitui-se na presença de matas, pastagens, áreas de culturas agrícolas temporárias, áreas com culturas permanentes, áreas urbanas e corpos d’água (Castro & Pereira, 2007). Segundo as mesmas autoras, a vegetação natural do entorno do Parque mostra-se, de maneira geral, descaracterizada com poucas áreas preservadas. Ainda segundo elas, a expansão não sustentável de atividades agropecuárias e a ocupação urbana e rural não planejada também têm impactado os recursos hídricos, em função da utilização de agrotóxicos, bem como do despejo de esgoto doméstico e de resíduos sólidos (ou lixo, neste PM) nos corpos hídricos. Nos nove municípios da Região do PNC, as atividades agropecuárias continuam sendo a base da economia, com destaque para a atividade cafeeira. Hoje, a forma de ocupação, a monocultura e o relevo contribuem para o agravamento dos problemas ambientais na Região, mesmo que exista uma tendência da melhora do quadro nos últimos anos, com o desenvolvimento e a utilização de tecnologias de menos impacto negativo. O que ocorre hoje é que a cafeicultura continuou predominando, apesar de ter havido pequeno crescimento nas áreas de pastagens e de eucaliptocultura. Segundo Castro & Pereira (2007), a dependência do setor primário e a pouca diversificação (basicamente café e pecuária) levam a uma maior instabilidade frente os ciclos econômicos, quebras de safras e choques de oferta (redução/aumento de preços dos produtos), sendo esse setor um importante gerador de empregos da Região.
Referências:
  1. Castro, V.M., Pereira, P.F., 2007. Revisão do plano de manejo do parque nacional do Caparaó. Levantamento das características antrópicas. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) / MRS Estudos Ambientais. (Brasília). 86p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 3.2 Mining & quarrying habitat,occupancy past,present,future regional high
Segundo o primeiro PM do PNC, os destaques na produção mineral da região eram a mica e o caulim, largamente explorados, principalmente nos municípios limítrofes ao PNC, e eram beneficiados na própria região (Comastri, Pimentel, Sá, 1981). Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em outubro de 2008 havia 217 solicitações de atividades minerárias registradas para a Região do PNC, de acordo com informações do seu Cadastro Mineiro, onde foi possível pesquisar os pedidos e o andamento dos processos dos municípios da Região do PNC (DNPM, 2008). Os números obtidos correspondem a atividades desde os requerimentos para solicitação de pesquisa até a abertura de lavras, que estavam com processo ativo, ou seja, em andamento. De acordo com os resultados obtidos no DNPM, não existe mais retirada de mica na Região do PNC, fato confirmado pela sua equipe. Os dados do DNPM indicam que Iúna tem o maior número de processos em andamento, com 69 registros, dos quais 47 correspondem a granito (DNPM, 2008). Granito é também o principal produto de extração mineral da Região do PNC, havendo um total de 77 solicitações de pesquisa do material em todos os municípios da Região do PNC, à exceção de Irupi, no ES, e Alto Caparaó, em MG (DNPM, 2008). Ainda segundo os dados obtidos no Cadastro Mineiro, a partir de 2006 começaram a ser solicitadas pesquisas de ilmenita3, que se tornou o segundo mineral com maior número de pedidos no DNPM, para a Região (DNPM, 2008). No entanto, do total de cinquenta requerimentos para sua pesquisa na Região do PNC, 49 tinham a mesma pessoa como titular. Assim, mesmo existindo um grande volume de processos para pesquisa, não significa que a ilmenita seja, atualmente, de importância para extração mineral na Região. A ilmenita, segundo a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), serve como matéria-prima para a obtenção de dióxido de titânio (pigmento branco) e ligas de ferro-titânio (INB, 2008). Na mesma época, a equipe do PM observou uma significativa área de extração de saibro saindo da sede do município de Caparaó, fato confirmado pelos funcionários do PNC. Tal extração não conta com processo no DNPM, e a atividade destruiu toda a mata ciliar adjacente, sendo importante causa de assoreamento dos cursos d’água próximos. A extração de areia também foi observada entre o povoado de Pedra Roxa e o distrito de Santa Marta, município de Ibitirama, o que também apresenta grande vulto. No distrito de São João do Príncipe, município de Iúna, em 2008, uma área de garimpo de águas-marinhas ilegal foi interditada, nas proximidades do córrego do Brás com o córrego Maximiliano Marques. As atividades eram realizadas em terreno de terceiros, sem o consentimento dos titulares da terra. Segundo funcionários do PNC, é sabido que a área do Patrimônio da Penha, município de Divino de São Lourenço, também possui águas marinhas (área do córrego do Veadinho), tendo sido encontrada, ainda, esmeralda em área do Patrimônio da Penha, no chamado Portal do Céu. Os funcionários do PNC também embargaram uma área de extração do granito roxo, na área do córrego do Hilário, na comunidade de Pedra Roxa, ES, bem como fez outro embargo do garimpo de águas marinhas na comunidade Forquilha do Rio (ICMBio, 2015).
Referências:
  1. Comastri, E.R.M., Pimentel, A.P.M., Sá, L.F.S.N., 1981. Plano de Manejo do Parque Nacional de Caparaó. Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal(IBDF) / Fundação Brasileira Para a Conservação da Natureza (FBCN). Brasília. 139p.
  2. DNPM, 2008. Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). http://www.dnpm.gov.br> Acesso em 2008.
  3. INB. 2008. Indústrias Nucleares do Brasil (INB). http://www.inb.gov.br> Acesso em 2008.
  4. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2015. Plano de Manejo do Parque Nacional do Caparaó. Ministério do Meio Ambiente, Brasília.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
Parque Nacional do Caparaó (PI) e Parque Nacional da Tijuca (PI)
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em território que possivelmente será contemplado por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território - TER32 (RJ)
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie será beneficiada por ações de conservação que estão sendo implantadas no PAN Rio, mesmo não sendo endêmica e não contemplada diretamente por ações de conservação.
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente -SEA : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.